Os pneus são itens essenciais para se pilotar com segurança e até mesmo para o bom funcionamento de toda a motocicleta. Porém, são lembrados apenas quando sua substituição passa a ser a única solução. E aí está o perigo. Pneumáticos em bom estado são fundamentais para a segurança do piloto. Fique atento às dicas e cuidados básicos com os pneus.
Na hora da compra
Ao escolher pneus novos para sua moto, é importante ficar atento às especificações técnicas para saber se estão de acordo com os requisitos do equipamento de duas rodas, o tipo de terreno e a forma de utilização. Existem os compostos mais duros, que sofrem menos com o desgaste; e os mais macios, que oferecem maior aderência. Procure escolher aquele mais adequado às suas necessidades para não ter nenhuma dor de cabeça no futuro.
Uma dúvida comum entre os motociclistas na hora da compra é não saber interpretar os pequenos números dispostos na lateral de cada pneu. Lá estão descritos os códigos com as principais características estruturais do composto e suas limitações de uso.
Em um pneu com medida 150/70 17 69H, por exemplo, temos no primeiro número (150) a largura da banda de rodagem em milímetros, e logo após a indicação de sua altura lateral (70) expressa em porcentagem. No caso, esse pneumático tem 150 mm de largura e 105 mm de altura.
Na seqüência, vem a medida do aro (17 polegadas) e mais adiante (69) o índice de capacidade de carga (325 kg). Por último está o código de limite de velocidade (“H” = 210 km/h, neste caso). Vale lembrar que essas medidas geralmente variam entre marcas e modelos. Em caso de dúvidas consulte o manual do proprietário de sua motocicleta e veja as indicações do fabricante. Para sua segurança, respeite essas limitações.
Outra dica importante é fugir dos pneus remodelados. O preço é atraente, mas sua qualidade ainda é duvidosa e já teve seu uso proibido pelos órgãos de trânsito. Não se engane. Prefira os novos e de marcas mais conhecidas do mercado. Opções são o que não faltam.
Reparos
Hoje em dia existem dezenas de produtos tidos como “milagrosos” que prometem resolver pequenos furos e vazamentos. Apesar de tentadores, os chamados “tapa-buracos” servem apenas como uma solução paliativa do problema. Durante as viagens pode ser uma boa opção carregá-los por serem ótimos “quebra-galhos”. No entanto, rode poucos quilômetros após sua aplicação.
No caso de furos em pneus com câmara, nunca faça o reparo. A melhor alternativa é trocar a câmara e pedir para que um especialista inspecione os aros em busca de possíveis danos à sua carcaça. Caso o reparo tenha que ser feito na hora, evite utilizar ferramentas pontiagudas ou cortantes para tirar o pneu do aro. Sem perceber, você pode danificar a estrutura e provocar futuros vazamentos.
Os fabricantes alertam também para o fato de alguns pneus terem uma indicação pintada em sua lateral. Esses pequenos pontos mostram exatamente onde o pneu é mais leve em sua estrutura. Quando estiver fazendo a reposição, procure posicionar esta parte próxima à válvula de ar para não prejudicar o desbalanceamento. Outro ponto interessante é sempre que trocar um composto velho por um novo, substitua também a câmara. Invista em sua segurança.
Manutenção
Os compostos utilizados nos pneus para motos são diferentes dos usados em automóveis. Nas motocicletas, eles são mais macios e fabricados com uma camada mais fina de borracha. Em outras palavras são mais sensíveis, e, conseqüentemente, sofrem mais com o desgaste. Neste caso, a atenção do motociclista com a manutenção deve ser redobrada.
A média de vida de um pneu está na casa dos 15.000 km. No entanto, alguns fatores como tipo do desenho, tipo da pista, condições atmosféricas, características da motocicleta e estilo de pilotagem podem aumentar ou diminuir sua vida útil. Fique atento para o desgaste excessivo ou desalinhado na banda de rodagem. Na dúvida, peça para um profissional realizar o alinhamento das rodas.
Verifique a calibragem dos pneus pelo menos uma vez por semana e respeite os valores indicados pelo manual do proprietário. Vale lembrar que a alteração de qualquer componente da roda ou pneu que não esteja de acordo com as indicações fornecidas pelo fabricante, ou mesmo a utilização de produtos com especificações diferentes (rodas e pneus com medidas distintas, por exemplo) pode resultar em uma grande dor de cabeça para o motociclista. Problemas com o consumo exagerado de combustível, falta de aderência e o desbalanceamento do conjunto (trepidação) são os mais comuns.
Antes de sair de casa, procure por bolhas ou pequenas deformações de estrutura. Pneu careca deve ser trocado, sempre! Para saber até onde se pode rodar com segurança, procure pela sigla TWI (Tread Wear Indicator, que significa marca indicadora de desgaste dos sulcos) na lateral do pneu. O TWI mostra onde estão os filetes de borracha entre os sulcos, que servem como referência do limite de uso. Pode-se também levar como base a profundidade dos sulcos, pela legislação brasileira não pode ser inferior a 1,0 mm em motos.
Na chuva, os sulcos são de vital importância, pois têm o papel de fazer o escoamento da água, evitando assim o efeito aquaplanagem. Por último, nunca passe nenhum produto para deixar brilho na borracha. Estes são feitos à base de óleos e ceras que podem escorrer para a banda de rodagem e provocar uma queda.
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